sábado, 3 de dezembro de 2011
As virtudes dos projectos colaboracionistas
Redes como Hospitalityclub e Couchsurfing permitiram já a milhões partilhar, apenas a troco de socialização e conhecimento mútuo, o espaço onde vivem proporcionando trocas interculturais que antes eram muito menos frequentes e que têm um valor imaterial extraordinário. E ajudaram ainda a conhecer cidades e países estrangeiros pelos olhos e experiências dos cidadãos locais. Quanto vale isso?
O Facebook permite alavancar quase exponencialmente os nossos conhecimentos pessoais, conhecendo, influenciando, e comunicando com mais pessoas do que à partida nos poderia parecer possível. A teoria dos “6 graus de separação” parece finalmente concretizar.se na prática diária.
Na YEN, uma rede social de empreendedores portuguesa, os empreendedores têm hipótese de apresentar as suas ideias, partilhar conhecimentos, receber críticas e encontrar recursos que lhes permitam melhor os seus projectos. E tem muitas outras oportunidades, já pensaste bem nisso?
A Wikipedia, esse monstro de disseminação de conhecimento em colaboração e em que milhares de pessoas animadas por um espírito de partilha aumentam o saber de todos os que a consultam a nível mundial e que de forma surpreendente deixou muitos ramos do saber à distância de uma pesquisa no Google (este e outros motores de busca são mais um exemplo de milagres informáticos que se traduziram e traduzem continuamente em ganhos de conhecimento para milhões de pessoas).
O Linkedin, uma montra de oportunidades e apresentação de pessoas tendo por base as suas aptidões profissionais, que aproxima colegas, candidatos a emprego e empresas de recrutamento e permite valorizar talentos permitindo a qualquer pessoa pesquisar recursos humanos de forma direccionada aos seus objectivos e necessidades.
Open source Applications, uma miríade de projectos que são levados a cabo por pessoas com conhecimentos técnicos especializados e que tornam reais aplicações informáticas, quer de lazer quer de âmbito profissional, sem custos para os seus utilizadores.
Estes e outros exemplos de partilha de conhecimentos, de custos, de culturas, de ideias, e de recursos reúnem um enorme potencial criativo. E compõem um cada vez mais completo sistema de trocas apoiado por estruturas de transacções virtuais em que o dinheiro não entra e são outras as moedas de recompensa.
Focando em Portugal e no Empreendedorismo nacional, o que pretendo concluir nesta exposição, afinal de contas, é que temos agora, mais do que nunca, maiores capacidades de atacar a famosa dificuldade crónica dos portugueses de trabalhar em equipa e em parceria.
Está tudo lá, está tudo aí, à nossa frente, no computador mais próximo de si. Não basta um click, mas não é preciso muito mais, ora faça lá uma pesquisa…
Nuno Gaudêncio
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Trabalha hoje o teu negócio de amanhã
Aquela ideia que guardas para mais tarde, quando tiveres mais tempo ou surgir a oportunidade certa. Sabes aquela ideia que vais usar caso a tua vida dê uma volta ou percas o emprego?
Usa-a já.
Ou pelo menos, começa a trabalhar nela!
Os tempos, como estamos cansados de ouvir, são de dificuldades e de desafios que pensamos não ter a capacidade de superar. Ou pelo menos que não esperamos ultrapassar sem sofrimento. Também sabemos que no curto prazo as coisas poderão piorar. Em média, irão piorar.
Face a isto podemos desanimar e cruzar os braços ou “consumir” os últimos foguetes em fim de festa. Mas, felizmente, ainda temos algumas ideias.
Tu, e eu, que temos ideias de negócio e que pensamos que têm potencial mas não avançámos ainda sequer para o papel, para a definição da ideia, de um plano de negócios, é tempo de o fazermos.
O tal dia em que a vida dá uma volta, em que somos despedidos pode estar mais perto. É um cenário negro, mas uma possibilidade real face às situações económicas actuais de Portugal e da Europa.
Mas se investirmos hoje, se trabalharmos hoje na concretização das nossas ideias, na sua fundamentação e análise crítica, estaremos mais preparados e adiantados para quando a necessidade surja. E, pelo meio, pode ser que a necessidade nunca surja.
E pode ser que as nossas ideias se transformem em conceitos tão atractivos quanto reais e promissores. Com potencial de captação de investimento, realização e lucro!
Trabalha as tuas ideias hoje, o sucesso virá amanhã!
E o teu sucesso, é o sucesso de Portugal.
Nuno Gaudêncio
domingo, 18 de setembro de 2011
Portugal: Que Caminho?!
Partilhando um pequeno episódio da minha vida…
Estas férias, decidimos, eu e a minha namorada, passar alguns dias na cidade de Lisboa com o intuito de conhecer a nossa capital um pouco melhor, tentando também responder a um dos apelos que o nosso Governo nos fez.
Num desses dias, decidimos visitar o conhecido “museu dos coches”. Dirigimo-nos à bilheteira para comprar os bilhetes, quando um dos funcionários, num tom não muito agradável nos informou que: “só aceitamos “cash””... Recebemos os bilhetes e para minha surpresa não nos foi dado nenhum recibo relativo a esse pagamento. Solicitei o mesmo ao qual o referido funcionário respondeu com algum desagrado, tentando mesmo “ver se passava” sem recibo.
Diariamente ouvimos diversas mensagens para, como consumidores, pedirmos factura em todas as nossas compras, para combate à fuga aos impostos (fugas que naturalmente tendem a aumentar, quanto maior forem essas mesmas taxas), campanhas que custam milhões aos cofres do estado, sempre sobre o lema de “ajudar o pais”.
Obviamente não defendo a fuga aos impostos por parte de nenhuma entidade, mas não será revoltante, ouvirmos constantemente na comunicação social que as empresas/instituições estatais dão milhões de prejuízo, sendo o governo obrigado a injectar milhões e milhões anualmente? Corresponderão estes números à verdade, ou serão meros números criados (ou ocultados) com o intuito de facilitar a criação de certas leis/medidas? Será que há fiscalização específica, neste tipo de instituições? Quem são essas entidades fiscalizadoras e serão elas totalmente independentes?
Não tendo como objectivo por em causa a idoneidade de certas entidades/instituições públicas, e acreditando (!?), que o episódio foi um caso esporádico, espero que com o tempo todas estas situações tendam a ser corrigidas. Para que tal aconteça, nós cidadãos temos de ajudar também…mas sejamos sinceros…alguma coisa não bate certo…
Ruben Ginja
sábado, 9 de julho de 2011
As agências de rating:
Já se sabe desde há muito - vide 2008 por ex. - que as agências de rating são amorais e movidas por interesses que são os seus - privados - e os de mais ninguém. Ora, sabendo isto de antemão, causa impressão ver a indignação de pessoas inteligentes e com cargos de responsabilidade vir agora criticar o sistema sem assumir as responsabilidades de o mudar.
Quando a Europa se deixa subjugar às "opiniões" destas três empresas, algo está mal, mas já vem de trás, e então, qual é o espanto? Só agora acordaram para a vida? Associar a possibilidade de investimento em dívida aos ratings conferidos por agências privadas (ex. permissão de compra única de "triple As"), o que provoca um sistema de vendas automáticas dos investidores em caso de downgrade é conferir um rastilho de pólvora que estas empresas facilmente acendem incendiando o mercado com vendas massivas que instalam o pânico e descem abruptamente o valor dos activos.
Depois claro, um país obrigado a vender - a privatizar - é penalizado pelo baixar súbito e incontrolável do mercado.
Há de facto muitos interesses em jogo mas, não será uma Agência de Rating Europeia Independente (uma contradição em si mesmo) a solução.
A solução deverá passar por melhor regulação, por maior responsabilidade de organismos oficiais como os Bancos Centrais. E claro, a solução passará também, e claro, pela redução dos gastos dos estados, e pela diminuição da alavancagem das famílias e empresas até níveis equilibrados.
Não será fácil resolver o problema dos défices dos estados e das dívidas soberanas... mas será seguramente mais fácil culpar os outros dos nossos erros e problemas.
Nuno Gaudêncio
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Esquerda Vs. Direita e V. versa
Sem dúvida que o debate esquerda / direita tem o seu interesse. Para compreender a história e o significado de ideologia faz todo o sentido conhecer esta vertente. No entanto, são debates de discussão quase filosófica e não da prática diária da Governação. Este debate, aliás, é hoje em dia um atavismo, uma técnica utilizada pelos partidos ao longo do espectro político para condicionar e federar as pessoas. Resumindo, uma pessoa "de direita" está condicionada a nunca votar num partido "conotado com a esquerda" mesmo que as suas propostas sejam excelentes e oportunas; e vice.versa. Só que a política não é futebol... não se trata de Porto ou Benfica... Trata-se escolhas perante ideias concretas, projectos e medidas reais. Infelizmente, o que se vê mais vezes no Parlamento é apenas gritaria e barafunda.
Não precisamos de ideias radicais. Precisamos de bom senso. Temos um monte de dívidas para pagar e poucos recursos. Somos desorganizados e estamos acomodados. Mas também temos muito potencial. Precisamos assim de escolher um caminho, ter um plano de acções - um para o país, e outro para nós próprios - e trabalhar, sim trabalhar, nele para o concretizar.
Nuno Gaudêncio
sábado, 26 de março de 2011
o Governo das Sociedades
O bem-estar do povo de um país deve ser assim o grande elemento aglutinador de toda a acção política e da administração das coisas públicas de uma Nação. Os impostos colectados são riqueza de todos e constituem instrumento de construção de estruturas que concorram e promovam ao desenvolvimento de todos, sem excepção.
Naturalmente, é sabido que as necessidades são ilimitadas e os recursos escassos. Num país, as pessoas são muitas, e existem tantos interesses quanto pessoas, no entanto há interesses que são de todos. E o papel do Estado é defender os interesses colectivos e criar um ambiente saudável à prossecução dos objectivos individuais por parte dos cidadãos.
Nuno Gaudêncio