quinta-feira, 23 de julho de 2009

SAIR DA CRISE COM...

Cravos no Outono?

Na cúpula Brasil-UE Durão Barroso disse “Nadamos juntos ou afogamos juntos“. Ele não disse quem furou o barco, para onde e com quem devemos nadar. Ao menos eu não quero nadar com quem o furou, nem ir para o mundo que o criou; quero ir para um lugar onde não seja roubado e enganado, como até agora.
Dados concretos
A ocupação hoteleira no Algarve, por exemplo, desceu 13% no mês de Maio, comparada a 2008. Em Monte Gordo a ocupação foi de 67%. Os locais que mais cairam têm elevada densidade habitacional, os que mantêm bons níveis preservam o ambiente.
Há anos escrevo que o povo está farto de ser tratado como parvo. Há anos alerto que o turista não mais quer as Quarteiras e aldeamentos que continuam a fazer-se por cá, para branquear capitais. Há anos que sabemos da inoperância do Banco de Portugal. Há anos o nobel da Economia, Joe Stiglitz avisava que a bolha iria estoirar. Há anos que a UE paga balúrdios para doze mil funcionários, 750 deputados e 1500 velhos políticos gastarem cada um, 45 mil euros/ mês dos nossos impostos. E deu no que deu: fraudes, crise, escândalo, baixa ocupação. Por quê perdemos 49 mil PMEs, 25% do total, de em cinco anos? Por quê damos subsídios para empresas estrangeiras concorrerem com as locais em desigualdade? Temos opção para o que está aí? Para exigir melhoras, temos que mostrar que somos competentes e sabemos protestar com energia.
Nichos de turismo
Há meia década alerto no Algarve que a densidade habitacional na orla mata a galinha dos ovos de oiro. Não podemos concorrer com os novos paraísos turísticos. Temos que focar nos nichos de alto poder de compra.
No Algarve, só em V.R.StºAntonio e talvez em Portimão, há instalações náuticas para estágio de Inverno. Anualmente a Sicília, Tunísia, Grécia, etc. enchem-se com atletas, e não só, Norte-europeus.
Os preços absurdos no Estádio Faro-Loulé, como os demais do Euro de futebol, levam os estágios de evitar-nos. E ainda a ganância de alguns hoteleiros que pouco baixam as tarifas, apesar de vazios.
Há pouco quis trazer um congresso para o novo e belo Centro que a Região de Turismo construiu com os nossos impostos em Lagoa, mas o organizador foi-se após dez minutos: “o comprimento do assento das cadeiras não respeita o padrão”. Os Norte-europeus são altos e para ficarem 4h sentados, precisam apoio para as pernas. Isto qualquer um sabe, e para lucrar mais, usaram a inércia de quem sabe que quem manda é o chefe e enfiaram-nos goela abaixo algo belo, que não funciona.
Como o Parlamento Europeu, a UE, o Banco de Portugal e a assim chamada democracia representativa. Então, para que pagar altos impostos, fazer o que eles querem, trabalhar noite e dia, para dar no que deu? Estará na hora de juntarmos cravos novamente?

Jack Soifer,

(Consultor internacional, juiz em concursos internationais, autor de A Grande Pequena Empresa, Empreender Turismo de Natureza e Como Sair da Crise) - www.jacksoifer.org



Nota: O texto original foi publicado no site do jornal Barlavento (http://www.barlavento.online.pt). Jack Soifer, a quem expressamos uma vez mais o nosso agradecimento, teve a amabilidade de aceder ao nosso convite para participar em 1PortugalMelhor disponibilizando o artigo com pequenos ajustes.

Nuno Gaudêncio

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